18.3.10

não era pra ser assim!

Toda promessa vem acompanhada com uma série de anceios e com uma boa dose de probabilidades. Probabilidades de coisas darem certo e de coisas darem errado. E isso não excessão ao novo ENEM e ao processo de de seleção, o SISU.
Acredito que boa parte das coisas que poderiam sair erradas com todo esse processo aconteceram. Uma prova foi vazada, adiaram a data, pessoas não conseguiram se increver, centenas perderam o horário da prova, houve um grnade número de desistências, milhoões foram gastos com todo o processo, o sistema pela internet falhou, errou, manipulou, vagas ficaram em aberto, muitas incertezas, dúvidas e frustrações perpassaram pelos cadidatos e suas famílias e parece que uma bagunça sem precedentes apoderou-se de todo o processo. Enfim, definitivamente não era para ser assim, desse modo, tão caótico!
Quando o governo propôs o uso do ENEM como um sistema de seleção universal para todo o país e como uma forma de acesso ao ensino superior eu fiquei muito feliz! Sinceramente acredito que o vestibular, nos moldes que o tinhamos era um sistema cruel e imparcial, e esperava (com muita anciedade) que o ENEM pudesse valorizar tudo o que o vestibular claramente despreza: o raciocínio, a capacidade interpretativa e crítica dos concorrentes. E a primeira prova indicava isso! Uma nítida diminuição dos conhecimentos quantitativos e uma orientação para valores de leitura e análise textual, de reflexão e imaginação. Mas a prova aplicada ficou aquém da promessa, como também todo o processo. Na verdade houveram poucas coisas que despertassem mais algum agrado pelo ENEM.
Podemos tentar ver coisas boas, e certamente elas existiram! Muitas pessoas vão cursar universidades em locais diferentes, gerando uma modificação significativa na economia de muitos lugares. Essa cidade é um desses lugares. Pelotas sempre recebeu pessoas de fora, da região ou de Macapá, para cursarem a UFPel. Ela vem e vão, mas participam substancialmente da economia da cidade, trazendo dinheiro e movimentando o mercado imobiliário da cidade. No entanto, o mercado imobiliário pelotense tem poucos privilegiados e ainda são poucas as famílias que se arriscam a explorarem aquele quarto vago ou até mesmo a montarem um pensão. Tudo isso acompanhado das notícias de expansão da universidade, da criação de novos campi e cursos e sobretudo da geração de mais vagas.
Um dos debates mais incriveis gerados elo novo ENEM está diretamente relacionado a isso: os de fora roubam vagas dos da região! E isso não é um questionamento. No senso comum e nas conversas de roda, esse pensamento é certo e definitivo, estamos perdendo a nossa universidade! É claro que as pessoas que vem de fora estão, de alguma forma, amparados pelas famílias, e claramente são famílias com condições mínimas de sustentar seus filhos estudando em uma cidade, ou seja, os mais ricos prevalecem com mais vantagens.
Enfim, diante de todos esses dados e certezas parece impossível que alguém ainda espere melhoras ou mesmo defenda um sistema como o ENEM para as futuras seleções! Bom, eu ainda defendo!
Antes de pararem de ler esse post, deixem-me esclarecer quais razões ainda me fazerm prefeir o ENEM ao saudoso (para a maioria) vestibular de costume. Em primeiro lugar vem a prova! Ainda credito que o desenvolvimentos das competências é a melhor forma de avaliação e desenvolvimento dos estudantes, e espero ardentemente que os elaboradores percebam isto. Em segundo lugar por que tenho desse discurso finalizado de "eles vão roubar nossas vagas", isso me soa muito parecido com "os nordestinos roubam nosso emprego em São Paulo", o que é nítidamente um apelo preconceituoso e perigoso, mas importante de ser discutido. Por fim, acho que sou esperançoso e magoado. Esperançoso por um sistema de acesso mais democrático (que é a idéia primordial do ENEM) e magoado com o vestibular tão tendecioso, fraco, quantitativo e até mesmo fraudulento (em alguns casos). Ainda aguardo a promessa...

Um comentário:

  1. Ainda há de melhorar, mas os moldes e problemas mudaram uma passagem estúpida, por uma um pouco menos estúpida e mais cansativa. A ideia é o mais proximo do ideal, mas é meio que ingenuidade pôr as fases importantes - como inscrições, escolhas de cursos e etc. - tudo via internet, num país que boa parte d população não possui computador, outro tanto que possui nao tem acesso a internet e sendo que o país não possuia um programa que suportasse tamanha demanda e acessos. Realmente o bom é que mexerá com a economia como e se nao estamos conseguindo as vagas das "nossas" universidades, é porque não temos capacidade e temos que nos esforçar mais. Tomara que este ano - se esse processo continuar - tudo melhore... Abraço...

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